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quinta-feira, 22 de março de 2012

Socialismo nasceu sem estado

Muitos advogam hoje sobre a impossibilidade do socialismo sem um estado ou algum outro centralismo. Outros só conseguem definir o socialismo como sistema estatal. E muitos ainda defendem o que o método de transição através do estado é o único aceitável porque seria o único "científico". Mas estudando a origem do socialismo em si vemos que o mesmo não se baseou em experiencias estatais. Pois bem, anterior a própria expressão "socialismo" temos a experiencia dos anabatistas. Em 1525 os Anabatistas foram um dos grupos a tentar experiencias para se acabar com as hierarquias de um meio. Advindos do tempo da reforma protestante, enquanto todas os grupos da época absorviam e reproduziam o capitalismo ou os moldes do que estaria se tornando o que mais tarde viria a ser chamado de capitalismo. Eles ao se inspirarem na experiencia descrita em atos dos apóstolos resolveram voluntariamente abolir as posses privadas entre eles tornando a maior parte dos bens como coletivos. Diria então um teórico moderno que necessitaria então de um órgão central planejador? Nada disso, era tudo voluntario, na base do voluntarismo e as pessoas se agregavam porque tinham vontade. Outra característica interessante  dessa experiencia pré-socialista é que eles negavam toda a autoridade, seja eclesial, seja dos reis e príncipes, seja do clero ou da nobreza. Não a toa era formada em sua maior parte pelos camponeses. Essa entre muitas outras experiencias posteriores deram origem a noção do que mais tarde seria chamado de socialismo e grande parte relegado hoje como utópico (a maioria das vezes até mesmo por rejeitar a ideia de estado ou outro órgão central)
Muitos responderiam então se essa forma de socialismo dá tão certo porque não existe até hoje? Simplesmente porque os católicos e protestantes assim como também os reis da época se sentindo ameaçados por esse sistema que subvertia a ordem negando o acumulo de riquezas e a obediência as autoridades os massacraram e dizimaram militarmente. Assim não se teve nenhum colapso nem divergência interna que levou ao fim do grupo e sim uma intrusão externa violenta de forma esmagadora.


Se temos que desconsiderar alguma forma de socialismo é justamente a estatal que ao recorrer ao estado acaba mesmo que involuntariamente impondo uma hierarquia e submissão, princípios totalmente opostos a qualquer ideia mais primaria do próprio socialismo.

3 comentários:

  1. O interessante é que o socialismo dito utópico é o único que pode ser aplicado localmente, em uma pequena comuna, e não precisa que o mundo inteiro se curve diante duma proposta monoliticamente planejada.

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