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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O problema do Moralismo

O anarquismo é a entre outras coisas a defesa da liberdade em contraste com a opressão do Estado. Acredito que como libertários a luta pelo desligamento em relação ao estado é essencial, mas mantenho a crença de que não é somente o estado que destroi minha liberdade.  A sociedade de forma geral tem um poder coercitivo tremendo de criar varias morais escravizantes. No nosso objetivo por libertação acamos por nós mesmos em combate a moral estabelecida acabando por criarmos nós mesmos um moralismo que nos guie. Vou usar um exemplo comparativo aqui com dois autores aos quais já citei em outros textos.
Kierkgaard e Tolstoi
Ambos se basearam nas experiencias cristsianismo primitivo para negar o estado, ambos foram contra a moral vigente e ambos então negaram qualquer forma de poder e imposição por força, ainda assim são considerados filosofos com linhas bem diferentes e inspirado comumente grupos totalmente diferentes.
Tolstoi em negação ao estado, as autoridades e as hierarquias propoem a criação de uma moral deista na qual todo aquele que fugisse a sua proposta estava em erro. Assim ele acaba por resumir a luta pela liberdade num moralismo ferrenho, fazendo sermões aos quais ele mesmo em sua condição humana não conseguia seguir. Ao acompanhar suas obras politico-filosoficas é possivel ver em Tolstoi uma luta por uma possivel santificação do homen atravês das obras, uma santificação através das obras que levariam a criação de um ser humano mais libertário, amoroso e irmão. Alem de não conseguir cumprir tal objetivo a si mesmo como ele mesmo diagnosticou em varios relatos de certa forma ele mesmo acabou se predendo a essa mortal trocando sua propria liberdade por um conjunto de preceitos. O proprio estudo da praxeologia (estudo da ação humana) vêm de certa maneira a demonstrar a impossibilidadde humana de se seguir regras quando se impostas como um fardo.
Por outro lado observando a obra de Kierkgaard vemos na luta pela liberdade a luta tanbem por libertação da propria moral. Kierkgaard entendia que embora existe em sua opinião atitudes certas e erradas (ou coisas escravizantes e libertadoras), a impossibilidade de traduzir isso tudo numa moral. Ao contrario que o proprio moralismo em si fazia parte dessas atitudes escravizantes. Assim Kierkgaard vêm a propor como caminho para se obter a libertação a negação de qualquer moralismo e sendo o estado, a religião institucionalizada e a propria sociedade principais propagadoras desse moralismo, o desligamento de qualquer forma de institucionalide ou o combate a qualquer forma de institucionalidade e do sistema que representa essa institucionalidade. Colocando a luta contra o moralismo como um dos principais meios para se alcansar a liberdade, Kierkgaard conseguiu se libertar até apegos que a moral tolstoiana combatia mas o propio Tolstoi não conseguiu alcanssar. Enquanto não aceitarmos a nossa propria imperfeição  humana que nos torna incapazes de seguir muitas vezes muitos dos nosso proprios principios e priorizarmos  criar uma moral julgadora estaremos eternamente presos a algum sistema, mesmo que não explicitamaente institucional.
Não foi meu objetivo aqui dizer que Kierkgaard é melhor que Tolstoi ou que aqueles que reconhecem  que a luta contra o moralismo são melhores que aqueles que não reconhecem, mas sinalizar um ponto que acredito fundamental quando objetivamos a verdadeira liberdade e até complementar isso aqueles que não refletiram sobre tal ponto de vista.
Snow Pantra Queer

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